Eu sou muito duro, eles dizem

12:31

Este artigo é a minha resposta a todos os bundas-moles que, de vez em vez, insistem em me atormentar com o predicado de "duro" e seus correlatos: "teimoso", "imaleável", "inflexível" e o famigerado "radical", referindo-se ao vigor de minha postura e convicções diante da vida, e à rijeza de minha visão de mundo.

Dois mais dois é igual a quatro. Sempre foi e sempre será. Não pode ser igual a 3,99999.... nem a 4,00001... Não. Dois mais dois é igual a quatro. Se existem loucos e dementes que negam essa realidade, ela não perde um milímetro de sua natureza por causa de sua insensatez. Ao contrário, ela continua sendo bastante dura. Ela não se importa que alguns não gostem dela como ela é. Ela é o que é.

O certo é sempre certo e o errado é sempre errado. Não existe um cenário possível em que o errado justifique o certo, em qualquer nível, em qualquer circunstância. Certo é certo e errado é errado. Se existem maus e injustos que empreguem esforços para inverter essa realidade e fabriquem uma proposta ética alternativa, a realidade mesma não mudou por causa disso. Ela continua igual: o certo é certo e o errado é errado. Ela continua inflexível.

O belo é sempre belo. Não há como o belo ser feio nem como a não-beleza tornar-se beleza. E apesar de a feiura poder, eventualmente ser vista como bela, essa beleza jaz na feiura em um sentido diferente do pretendido em primeira mão. No mesmo sentido, o belo é belo e o feio é feio. Se existem perversos que queiram tornar o feio como belo e o belo como feio, sua intenção não tem o menor poder de alterar a realidade dos fatos. O belo é belo e o feio é feio. Essa é a realidade. Não há maleabilidade nela.

Moral da história:

Por mais dura e inflexível que a realidade se apresente, ela é assim mesmo: dura e inflexível. Não há espaço para exceções nem variações. A realidade não pode ser torcida, nem mesmo um pouquinho, na ordem de acomodar as consciências e intenções dos homens de pouca rijeza, dos homens mais flexíveis.

Ora, a minha dureza e rijeza de opiniões, intenções e ideias é um eco da ordem real dos fatos e a ordem real dos fatos é inflexível. Minhas posições mais filosóficas derivam imediatamente de minha cosmovisão e essa, da realidade, porque vem do ser de Deus e Deus é a realidade - dura, inflexível, imaleável, imutável, eterna, absoluta.

Esbravejar contra a dureza, contra a inflexibilidade e contra a imaleabilidade é esbravejar contra a realidade mesma.

De fato, eu posso entender os apelos dos homens mais flexíveis à uma postura menos rígida. Posso mesmo! A rijeza produz desconforto e não raro, tristeza. A inflexibilidade fustiga a consciência e gera um incômodo visceral e incessante. A imaleabilidade põe termo em muitas vontades e impede que sejam satisfeitas. Viver na realidade é, de um modo bastante contundente, viver na tristeza.

Portanto, eu entendo os constantes apelos que recebo à flexibilidade. Uma disposição mais flexível tornaria minha existência mais fácil. As coisas seriam mais simples. E esses homens não seriam incomodados pela lembrança de que a realidade é dura todas as vezes que vissem em mim as evidências de uma vida cativa à ela.

Enxergar as coisas como elas são, viver de acordo e não tentar fugir com alternativas menos rígidas e mais maleáveis é tentador para mim. Mas eu prefiro a angústia da realidade. Paradoxalmente, essa angústia não me torna uma pessoa alegre, mas me faz feliz.

Viver na realidade é para poucos.

Assim, queridos amiguinhos mais moles e maleáveis: vão caçar sapo e me deixem em paz.

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